7 fatos e frases da terceira semana de outubro que resumem a economia e o mercado
Novos impactos no mercado da guerra Israel-Hamas e da perspectivas de juros altos nos EUA. No Brasil, economia em desaceleração e a ‘vaquinha’ financeira do Tesouro Educa+
A segunda semana de guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas trouxe mais volatilidade e incertezas para o mercado financeiro global. O barril de petróleo disparou e os investidores em renda variável tiveram mais uma semana para esquecer.
Velhos problemas, novas declarações. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deixou claro que se a economia americana permanecer forte e a inflação pressionada, a perspectiva de juros mais altos e por mais tempo está mantida.
No Brasil, a prévia do PIB negativa em agosto se somou a desempenhos pífios do comércio e dos serviços. Para discutir esse cenário, o Bora Investir e o Estadão promovem um encontro entre o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto na próxima segunda-feira, 23/10.
Nos investimentos, destaque para a nova funcionalidade do Tesouro Educa+, que vai permitir a criação de campanhas de financiamento coletivo. E as opções para investir no exterior sem sair do Brasil.
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1) GUERRA ISRAEL-HAMAS E OS MERCADOS
Os impactos no mercado financeiro persistiram em mais uma semana em que o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas deixaram milhares de mortos.
O receio de que guerra se espalhe para outros países do Oriente Médio e o pedido do Irã, financiador do Hamas, de embargo total à oferta de petróleo a Israel pelos países árabes, pressionou a commodity que fechou a semana acima dos US$ 90 por barril.
Um levantamento da Hedgepoint mostrou que uma eventual escalada na guerra pode reduzir o suprimento global de petróleo, levando as cotações para patamares acima de US$ 100 o barril e um quadro de elevada volatilidade no mercado.
Em meio a alta do petróleo no mercado internacional, a Petrobras anunciou aumento de preços do diesel e redução no da gasolina para as distribuidoras a partir de sábado, 21/10.
- Diesel terá aumento de R$ 0,25: R$ 4,05 o litro;
- Gasolina terá redução de R$ 0,12: R$ 2,81 o litro.
As discussões em torno de permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a retirada de brasileiros da área do conflito também dominaram os noticiários.
2) “EVIDÊNCIAS ADICIONAIS DE CRESCIMENTO PERSISTENTEMENTE PODEM JUSTIFICAR UM NOVO APERTO DA POLÍTICA MONETÁRIA”. (Jerome Powell, presidente do Federal Reserve)
A política monetária dos Estados Unidos seguiu no foco dos investidores e qualquer perspectiva de informações sobre a trajetória dos juros mexeu com o mercado.
Na semana que passou, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que a força da economia americana – principalmente do mercado de trabalho – pode colocar o processo de queda da inflação em risco e isso pode exigir mais aperto monetário no curto prazo.
Uma outra análise do Banco Central americano, o Livro Bege, mostrou que a economia do país deve ficar estável ou registrar um pequeno avanço em 2023.
A perspectiva de juros mais altos por mais tempo fez os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, atingirem o maior patamar desde 2007. Essa migração para a renda fixa dos EUA tira investimentos do mercado de ações e faz as bolsas caírem.
Do lado positivo, as melhores perspectivas para a economia da China deixaram os investidores mais confiantes. O Produto Interno Bruto do país cresceu 4,9% no 3º trimestre na comparação anual, acima do esperado pelos analistas.
3) BRASIL: ECONOMIA COMEÇA A DESACELERAR
A economia brasileira começou a mostrar uma perda de ritmo nos dados do 3º trimestre de 2023. O Índice de Atividade Econômica, considerado uma prévia do PIB, recuou 0,77% em agosto. No ano, o IBC-BR tem alta acumulada de 3%.
Esses dados foram impactados pela queda no comércio varejista (-0,2%) e no volume de serviços (-0,9%), setor que mais emprega no país. O mercado financeiro e o governo esperam uma desaceleração da economia no 2º semestre, diante dos juros ainda altos.
As discussões em torno do equilíbrio das contas públicas e da meta do governo de zerar o déficit em 2024, voltaram a ganhar corpo com a perspectiva de votação na próxima semana de medidas para aumentar a arrecadação.
Em entrevista ao B3 Bora Investir, o economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, afirmou que o mercado já projeta que essa meta de receitas e despesas equilibradas não será alcançada no ano que vem, mas entende que a queda no déficit público é eminente.
“O que ele [governo] não pode fazer jamais é abandonar agora essa meta zero. Porque se o governo mudar, por exemplo, para 0,5% do PIB, o que vai acontecer é que vai ser muito pior do que 0,5%”, afirmou.
Importante colocar na agenda que na segunda-feira, 23/10, o Bora Investir e o Estadão promovem uma reflexão sobre o cenário econômico brasileiro, com o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
4) “SE GARANTIR QUE SÃO 12 PARCELAS MESMO, ACHO QUE PODE CHEGAR A UM ACORDO”. (Paulo Solmucci, pres. Assoc. de Bares e Restaurantes – Abrasel)
A limitação dos juros do rotativo do cartão de crédito voltou a mesa de negociação entre o varejo e o presidente do Banco Central. O objetivo é baixar as taxas e impedir que o consumidor entre numa bola de neve de dívidas.
Roberto Campos Neto apresentou aos empresários uma proposta de limitar a 12 o número de parcelas sem juros em compras no cartão de crédito e estabelecer um teto para a tarifa cobrada no uso das ‘maquininhas’. A proposta enfrenta muita resistência do empresariado.
No início de outubro, o Congresso aprovou uma lei que estabeleceu 90 dias para que instituições financeiras e bancos apresentem uma proposta ao Conselho Monetário Nacional de limite para os juros do rotativo do cartão.
Em meio as discussões para ajudar os brasileiros a não caírem no endividamento, começa a pipocar na TV, sites e no rádio as famosas propagandas da Black Friday. Mas afinal, qual é a origem de uma das principais datas comerciais do mundo? A gente te explica.
5) “AGORA, CADA UM PODE COLOCAR A PARTIR DE R$ 30. CHAMA A VOVÓ, O VOVÔ, OS TIOS, E AOS POUCOS É POSSÍVEL OBTER UM VALOR RELEVANTE”. (Rogério Ceron, sec. Tesouro Nacional)
O Tesouro Nacional lançou uma nova funcionalidade que vai permitir a criação de campanhas de financiamento coletivo para o Tesouro Educa+, título voltado para investir na educação superior de crianças e adolescentes.
A iniciativa vai funcionar como uma ‘vaquinha’: os pais ou responsáveis criam uma campanha com o CPF da criança, que estará atrelada a um título do Tesouro com um prazo e um rendimento específico.
Para os adultos que querem entrar numa previdência privada neste ano, o B3 Bora Investir falou de PGBL. No plano, além da renda extra no futuro, o investidor pode receber uma restituição de imposto de renda maior ao deduzir os aportes da base de cálculo do IR.
Para os brasileiros autônomo e que querem ter uma boa aposentadoria, os dois principais produtos disponíveis são a previdência pública, pelo INSS, e a privada, por meio de fundos de previdência ou investimentos em títulos públicos e outros ativos.
6) INVESTIMENTOS NO EXTERIOR E ESG
As notícias sobre o aumento da rentabilidade dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, tem levado os brasileiros a discutir sobre investimentos no exterior.
Afinal, investir fora do país é seguro? O B3 Bora Investir fez uma lista das vantagens e os riscos para quem quer diversificar os aportes no exterior.
Os BDRs de ETFs, que são ativos de renda variável negociados no Brasil que acompanham os ETFs emitidos no mercado internacional, tem se tornado cada vez mais uma opção dos investidores.
Os fundos imobiliários também têm ganhado espaço na carteira dos investidores brasileiros. Agora imagina investir em FII dos Estados Unidos sem sair do Brasil. O B3 Bora Investir explicou o que são os BDRs de Reits.
Os investimentos em ESG também tem ganhado força. Para ajudar os investidores a escolherem bem as empresas que adoram essas práticas, a B3 criou índices que agregam as empresas que têm boas práticas de governança.
7) NÃO DESISTA, INVISTA!
Um dos grandes obstáculos para os investidores é a desmotivação. Conseguir domar esse sentimento é essencial para conquistar os objetivos financeiros. O B3 Bora Investir fez uma lista dos 10 fatores que mais desmotivam o investidor e ouviu especialistas para ensinar a como se tornar um investidor mais persistente.
Para começar a investir e não desistir, conheça 3 simuladores gratuitos que podem te ajudar. A tecnologia tem se tornado uma grande aliada do investidor iniciante com ferramentas como o HUB3, A Grana do Vizinho e o simulador do Tesouro.