7 fatos ou frases que resumem a economia e o mercado na 2ª semana de junho
Alteração na perspectiva de nota de crédito do Brasil foi o fato da semana. Teve ainda manutenção dos juros nos EUA, novo fase da crise Americanas e inflação da Beyoncé
O panorama positivo para a economia do Brasil subiu mais um degrau na semana que passou. A elevação na perspectiva para a nota de crédito do país pela Standard & Poor’s deu mais fôlego ao governo que tenta estabilizar as contas e fazer a economia crescer.
Em mais um indicador no azul, a prévia do PIB avançou 0,56% em abril. Na mesma toada do PIB, a agropecuária fez o indicador crescer- já que o setor de serviços recuou 1,6% e o varejo praticamente estagnou.
No cenário empresarial, a Americanas apontou os culpados e os meios que levaram ao rombo de R$ 40 bilhões no caixa da empresa. Nos investimentos, as oportunidades do setor elétrico e os caminhos para economizar.
Na economia internacional, os Estados Unidos mantiveram os juros entre 5% e 5,25%. No entanto, sinalizaram que devem voltar a apertar a política monetária diante de uma inflação ainda acima da meta.
Inflação essa que chegou ao show business por meio da estrela mundial Beyoncé. O frenesi do início da turnê na Suécia contribuiu para a disparada nos preços no país. A inflação subiu 9,7% em maio, tamanha a demanda por hotéis e refeições.
Espera-se que a cantora americana desembarque no Brasil em breve. Por aqui, ela vai encontrar uma econômica com acúmulo de notícias positivas, grande parte delas mérito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Com tantos acertos, inclusive, Haddad já pode até pedir música no Fantástico. Só não da Beyonce, se não a inflação sobe.
Relembre, a seguir, os principais fatos e frases que marcaram a semana:
1. NOSSA ECONOMIA JÁ DEMONSTRA UMA CAPACIDADE GRANDE DE APRESENTAR RESULTADOS POSITIVOS. (Fernando Haddad, ministro da Fazenda)
A semana que passou trouxe uma das notícias mais positivas para a equipe econômica do governo. A agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva para a nota de crédito (rating) do Brasil de estável para positiva.
Em um movimento que não acontecia desde 2019, com a aprovação da Reforma da Previdência, o Brasil ganhou um voto de confiança internacional de que vai conseguir dar mais estabilidade as contas públicas do país.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou e disse que país retomará o grau de investimento. Mas afinal, o que é grau de investimento e como as nações conseguem esse selo? As agência avaliam fatores como contas públicas, cenário macroeconômico, perspectivas de investimento e contexto político.
As boas notícias ampliaram a pressão do governo, da sociedade civil e de vários setores – principalmente do varejo – para a redução da taxa básica de juros, a Selic, já na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira que vem, 21/06.
As boas notícias na economia já impactam os ativos brasileiros e o mercado de câmbio. Em uma entrevista ao B3 Bora Investir, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, afirmou que o bom momento na bolsa brasileira deve continuar. No entanto, ponderou que a inflação deve voltar a acelerar no segundo semestre.
A boa notícia para o mercado financeiro veio na semana em que o Ibovespa B3 completou 55 anos. Hoje, com mais de meio século de vida, a carteira do índice é composta por 86 ativos, cujo valor de mercado atinge R$ 3,3 trilhões.
2. PRÉVIA DO PIB AVANÇA EM ABRIL E MOSTRA RESILIÊNCIA DA ECONOMIA
Em mais um movimento que reflete a melhora da economia brasileira, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto, cresceu 0,56% em abril, após cair em março.
A melhora do indicador aconteceu apesar da queda forte de 1,6% no setor de serviços, que mais emprega no país, e da leve alta de 0,1% nas vendas do comércio varejista.
Na semana passada, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a indústria brasileira recuou 0,6% em abril na comparação com março.
Assim como no resultado do Produto Interno Bruto do 1º trimestre, a agropecuária salvou a economia em abril. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores brasileiros deverão colher 315,8 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023. O novo recorde compensou a fraqueza dos dois setores.
3. NOVO CAPÍTULO NA FRAUDE DAS AMERICANAS
A semana que passou trouxe mais desdobramentos na crise das Americanas. A equipe de assessores jurídicos que investigam o rombo contábil concluiu que as demonstrações financeiras da varejista vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, comandada pelo ex-presidente Miguel Gutierrez.
A varejista está em recuperação judicial após encontrar um rombo contábil de R$ 20 bilhões no início do ano. A soma das dívidas já elevou o impacto no caixa para R$ 43 bilhões.
Novas estimativas do tamanho do escândalo contábil mostram que as fraudes podem chegar à marca de R$ 50 bilhões de reais. As informações foram obtidas pela CPI da varejista que acontece na Câmara dos Deputados. Para efeito de comparação, o valor supera em cinco vezes o rombo atual da petroleira OGX, que quebrou após dar calote em credores.
Em uma ótima análise do jornal ‘Valor Econômico’, o artigo perguntou: por que o varejo ainda não ‘comprou’ toda a tese de fraude na Americanas? E respondeu: “seriam necessárias décadas de um esquema de criação de contratos frios para se chegar a mais de R$ 20 bilhões em fraudes acumuladas. Como ninguém viu?”.
4. “SERÁ APROPRIADO AUMENTAR AS TAXAS DE JUROS UM POUCO MAIS ATÉ O FINAL DO ANO”. (Jerome Powell, presidente do Federal Reserve)
No cenário internacional – em linha com o esperado pelo mercado e em decisão unânime – o Banco Central dos Estados Unidos, manteve a taxa básica de juros no intervalo de 5% a 5,25%.
Apesar da decisão, o Fed sinalizou que deve retomar as altas de juros para esfriar a inflação. “Continuamos comprometidos em reduzir a inflação para 2%, o que exigirá uma suavização das condições do mercado de trabalho e um crescimento abaixo da tendência”, disse Jerome Powell.
Na semana que passou, a inflação dos Estados Unidos mostrou uma leve desaceleração. No acumulado em 12 meses ficou em 4%. Apesar do resultado mais ameno, o núcleo da inflação (que exclui alimentos e energia, que são itens mais voláteis) subiu de 5,3% na taxa anual até março para 5,5% em abril.
Notícia nada animadora também veio da Europa. O Banco Central Europeu (BCE) elevou os custos de empréstimos para o nível mais alto em 22 anos e deixou a porta aberta para mais aumentos. O avanço de 0,25 ponto percentual levou a sua principal taxa de juros para 3,5%.
5. INFLAÇÃO BEYONCÉ: “I CAN FEEL YOUR HALO, HALO, HALOOOOO, HUUU”.
“Got me looking so crazy right now”. Sim, a Beyonce ‘causou’ na economia da Suécia. O frenesi gerado pelo início da turnê mundial da cantora contribuiu para a disparada nos preços no país.
Exatamente! No mês passado, os primeiros shows da Beyonce geraram tamanha demanda por hotéis e refeições em restaurantes que apareceu nas estatísticas econômicas do país. A Suécia registrou uma inflação de 9,7% em maio, um índice acima do esperado.
“Eu não culparia Beyoncé pela inflação alta, mas a apresentação dela e a demanda global para vê-la se apresentar na Suécia aparentemente contribuíram um pouco para isso”, afirmou Michael Grahn, economista do Danske Bank, em entrevista à BBC.
Os shows de grandes artistas mundiais tem mesmo impactado a economia mundial no pós-pandemia. A turnê “The Eras Tour”, da cantora Taylor Swift, que tem apresentações marcadas no Brasil, também soma recordes.
Uma pesquisa da empresa Question, divulgada pela revista ‘Fortune’, apontou que a turnê da artista poderá gerar cerca de US$ 4,6 bilhões (R$ 22,3 bilhões) em gastos de consumidores somente nos Estados Unidos.
Cada fã da cantora de ‘Red’ vai gastar, em média, US$ 1,3 mil em ingressos, viagens e roupas. As vendas dos ingressos também teriam rendido cerca de US$ 11 milhões por show para a cantora. “Long Live” para Taylor!
Para se preparar financeiramente para encarar shows e festivais, o B3 Bora Investir mostra como encaixá-los no orçamento.
6. GRANINHA EXTRA E MAIS OPÇÕES DE INVESTIMENTOS
Mesmo com tantos dados positivos na economia brasileira, ainda é difícil perceber mudanças efetivas nos preços. Diante disso, conseguir um dinheiro extra é sempre muito bem-vindo.
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 7,08 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, segundo o Banco Central. Até a semana passada, o Sistema de Valores a Receber devolveu R$ 3,93 bilhões, de um total de R$ 11,01 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
Um outro dinheiro extra que pode entrar na conta dos brasileiros em breve é a restituição do Imposto de Renda. O pagamento segue um calendário e ordem de prioridade. O último lote de débitos será no fim de setembro.
Para quem está com as contas em dia e quer investir, o setor elétrico tem cinco das seis ações mais rentáveis nos últimos 5 anos. Tem também os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros). Eles ainda são uma novidade, mas vêm se popularizando cada vez mais.
7. SEMPRE É HORA DE ECONOMIZAR
Tanto nas crises econômicas quanto nos períodos de estabilidade inflacionária a pesquisa de preços pode ser uma grande aliada na hora das compras.
Nesta semana, o B3 Bora Investir ensinou os cinco passos para fazer uma boa pesquisa de preços. A estimativa da Proteste é que, só no supermercado, um consumidor que compara preços pode economizar, ao ano, até R$ 6 mil se fizer as melhores escolhas.
Pelo lado do programa do governo que prevê para reduzir o preço dos carros, nove montadoras aderiram a iniciativa. Renault, Volkswagen, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot anunciaram descontos em 233 versões de 31 modelos de automóveis com preços de até R$ 120 mil.
Apesar da enorme procura, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta semana, que o governo Lula não tem planos de ampliá-lo.