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Energia ainda pressiona inflação na zona do Euro um ano após a guerra na Ucrânia

Preços da energia tiveram 2º maior impacto na inflação dos países do Euro em janeiro, atrás apenas de alimentos e bebidas. Índice geral veio um pouco acima do esperado.

Já se passou um ano desde que a invasão da Rússia à Ucrânia começou, no dia 24 de janeiro de 2022, e os efeitos da alta dos preços da energia na inflação da zona do Euro persistem. A Europa é a altamente dependente do gás vindo da Rússia e sofreu com os cortes de abastecimento usados como retaliação às sanções impostas ao regime de Vladmir Putin.

Em janeiro, os preços da energia avançaram 18,9% na comparação anual – segundo maior impacto na inflação. Apesar da desaceleração em relação aos meses anteriores, o valor segue nas máximas históricas. A Rússia era o principal fornecedor para a União Europeia de petróleo (27% das importações), carvão (47%) e gás (41%).

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No índice completo, os preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do Euro tiveram uma desaceleração para 8,6% em janeiro, ante 9,2% em dezembro no acumulado de um ano. É o terceiro mês seguido de queda do indicador. No entanto, a inflação ficou um pouco acima dos 8,5% estimados no início deste mês.

Os dados, divulgados nesta quinta-feira, 23/02 pela agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat) mostram ainda que o principal impacto nos preços veio de alimentos e bebidas com alta de 14,1% na comparação anual.

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O núcleo de inflação – que exclui os preços de alimentos e combustíveis – acelerou de 5,2% na leitura preliminar anterior para 5,3%. O resultado preocupa o Banco Central Europeu (BCE) já que o aumento dos preços – que antes eram impactados apenas pelos custos de energia – agora estão em todos os setores da economia.

Expectativa para os juros

Apesar dos dados mais amenos no índice completo de inflação, o Banco Central Europeu manteve o ritmo de aperto monetário e elevou as suas taxas de juros em 0,50 ponto percentual no início de fevereiro. Com a decisão, a taxa de empréstimo, de refinanciamento e a de depósito ficaram em 3,25%, 3% e 2,50%, respectivamente – maiores níveis desde 2008.            

A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse ontem que está determinada a enfrentar a inflação e reduzi-la à meta de 2%. Para isso, vai voltar a aumentar a taxa de juros.

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“Todas as nossas decisões vão em direção à meta. (…) Nos últimos seis meses, aumentamos as taxas de juros em mais de 330 pontos base. Da última vez, aumentamos em 50 pontos base, e pretendemos aumentar de novo em março. (…) Vamos olhar todos os números: inflação, custo de trabalho, projeções. E, assim, determinar o caminho da nossa política monetária”, completou.

Em relatório, o analista da Pantheon Macroeconomics, Claus Vistesen, afirmou que as taxas de juros na Europa devem continuar escalando até o terceiro trimestre deste ano.

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“Nosso cenário base continua sendo que o BCE aumentará duas vezes a taxa de juros no segundo trimestre em 0,25 ponto percentual, com uma taxa de depósito terminal em 3,5%. Mas os riscos agora estão firmemente inclinados para uma taxa mais alta em junho e ainda mais aumentos de taxa até o terceiro trimestre”.

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