Organizar as contas

De mala e cuia para os EUA: tudo o que você precisa saber para a mudança

Morar nos EUA é o sonho de muitos brasileiros, mas é preciso ter uma série de cuidados

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Daniela Magrini e seu marido sempre sonharam em ver suas filhas estudando no Estados Unidos. Quando a empresa onde ele trabalha foi incorporada por uma gigante americana, a ambição ficou mais próxima e maior: a família toda poderia morar nos EUA. Os vinte primeiros anos como engenheiro na indústria química brasileira foram de projetos e realizações. Os dez anos seguintes à aquisição pela gringa foram de preparativos paulatinos para o American Dream.

Ela, que é engenheira de formação mas é funcionária pública há muito tempo, já perdeu as contas dos anos que está junto do esposo. Mas o relacionamento acumula, no mínimo, vinte anos, contando com o namoro. Até que, pouco antes da eclosão da pandemia de Covid-19, seu marido recebeu a proposta de mudar-se para a sede da companhia, nos EUA. As tratativas, entretanto, foram impedidas pela epidemia global, e o sonho teve de esperar.

“Paciência, né?”. Até que, após as primeiras doses da vacina e o início da reabertura econômica e sanitária, a oferta de morar nos EUA voltou à mesa. Quando a transferência foi acertada, uma grata surpresa: a imigração feita por intermédio de empresas americanas é mais fácil, visto que a companhia dá todo o suporte para a viagem e para a permanência no novo país.

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Daniela conta que, em fevereiro de 2022, ela e a família se viram mudando para o Texas, no subúrbio da cidade de Houston. A distância que separa Houston, uma cidade lotada de brasileiros, da região metropolitana para onde a família se mudou é de cerca de 20km – semelhante à lonjura entre São Paulo e Osasco.

Os 30 anos de firma compensaram. “Quando se é expatriado pela empresa, ela dá toda ajuda e estrutura possível, da documentação do visto até a estadia”, explica. Um exemplo da disponibilidade ocorreu durante a transposição das coisas da família pelo Oceano Atlântico: ainda afetado pelos efeitos do novo coronavírus no trânsito marítimo, o carreto internacional atrasou em quatro meses. 

Não foi problema! A companhia providenciou um apartamento para o casal e suas filhas, na região da escolha deles, próximo do trabalho presencial do engenheiro e do colégio escolhido para as crianças. “Quando a empresa te traz pra cá, ela faz tudo por você”, explica Magrini. 

Ainda no apê emprestado, a família aguarda a entrega do seu imóvel próprio para se fixar de vez. Afinal, o visto de trabalho está vinculado à empresa. Se, por algum motivo, o pai for demitido, toda a família precisaria sair do país. 

Acontece que eles se anteciparam e renovaram a permissão de permanência nos EUA, dado que a companhia também os auxilia na requisição do green card, o visto permanente de imigração, concedido pelas autoridades daquele país. Diferentemente dos outros tipos de vistos, o Green Card não restringe ou limita as ações de quem o possui, e dá todos os direitos que um cidadão americano tem. “Estamos no meio processo, que leva mais de dois anos”, conta a engenheira.

“Eu fui a última a me adaptar, já que sempre trabalhei no Brasil e precisei parar. Meu marido continuou no mesmo trabalho e as crianças só mudaram de escola, basicamente, já que sempre estudaram em colégios bilíngues. Eu falo inglês, mas não tinha prática. Ainda não me sinto segura para procurar um emprego por aqui”. 

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