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7 fatos para resumir a última semana de Setembro

Os finalmentes de setembro trouxeram boas notícias para as contas públicas e também para os endividados

Precatórios. Foto: Pixabay
Precatórios são títulos públicos judiciais, ou seja, dívidas reconhecidas, líquidas e certas de governos municipais, estaduais e federal. Foto: Pixabay

Setembro chegou ao fim e entramos, oficialmente, no final do ano. A economia brasileira passou por muitas mudanças e ainda mais coisas aconteceram. Mas, calma! Ainda tem muito mais por aí! Para garantir que você não perca nada do que rolou nos últimos suspiros do terceiro trimestre, preparamos esta recapitulação para você entrar em Outubro com tudo.

Relembre, a seguir, os 7 fatos que resumem a última semana de Setembro.

1. Rebote da inflação

Na quinta-feira, 28/09, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) – uma das medidas de inflação do Brasil – e o resultado foi de alta de 0,37% entre agosto e setembro deste ano. Foi a primeira alta de preços do indicador desde março, sendo que em agosto, houve deflação de 0,14%. Já no setembro de 2022, a deflação havia sido de 0,95%.

Ainda assim, o indicador acumula deflação de 4,93% neste ano e de 5,97% nos últimos 12 meses. A variação veio em linha com a mediana de mercado, o que fez o Ibovespa reagir bem ao resultado. Isso porque, mesmo diante de um repique da inflação, a taxa de aumento dos preços atendeu ao que o mercado imaginava. E, se não houve surpresas, é porque a inflação está sob controle.

A nova alta foi liderada pelo aumento dos preços dos combustíveis, ocorrido em 16/08. Outros índices de inflação também tiveram atualizações na quinta. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede o atacado, teve inflação de 0,41% em setembro, ante o -0,17% do mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, passou de -0,19% em agosto para 0,27% em setembro. Enquanto isso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,24%, a mesma taxa do mês anterior. 

2. Ata do Copom de setembro

Na terça, 26/09, o Banco Central do Brasil (BCB) divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que derrubou a Selic em 0,50%, de 13,25% para 12,75% ao ano. Na minuta, o Bacen disse ser “pouco provável” uma intensificação do ritmo de cortes da taxa Selic, considerando o atual passo de queda de 0,50 ponto porcentual.

As decisões de política monetária sempre dão pano pra manga. De um lado, tem a turma que acha que o BCB pode derrubar os juros e pesar a mão no corte em prol do crescimento econômico e do estímulo à renda variável. De outro, a galera mais conservadora e que tem mais medo da inflação, que prefere ver uma sequência de cortes mais cautelosas. Há uns meses, fizemos uma matéria sobre esse imbróglio. Na época, a discussão era se o Copom deveria manter a Selic ou iniciar o ciclo de cortes. Depois, em quanto os cortes deveriam ser feitos. Parece que essas matérias não vão acabar tão cedo.

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Nesse contexto, o colegiado reafirmou as condições que indicariam uma maior confiança nesse processo, como “uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”. Além disso, reforçou a necessidade de manter a política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante até que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem de expectativas. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic pela segunda vez consecutiva, de 13,25% para 12,75% ao ano.

3. Equilíbrio da receita e da despesa (do governo)

Você acha que é só você quem tem dificuldade de fazer a conta fechar no fim do mês? Se a resposta for sim, engano seu. Além de milhões de outros brasileiros, de quem falaremos mais daqui a pouco, o governo também vive com insônia para saber se a conta vai fechar ou não.

A diferença é a escala das coisas. No caso, o governo tem que se preocupar com bilhões e bilhões de reais que entram e saem dos cofres públicos. Nesta semana, dois dados importantíssimos para avaliar a saúde das finanças nacionais foram divulgados: a prévia do PIB, que podemos ler como a nossa receita anual, e a dívida pública, que seria algo como as nossas despesas.

O endividamento público, que é, basicamente, aquilo que o setor público deve aos bancos na forma de créditos bancários e, principalmente, aos portadores de títulos públicos – que também podem ser de propriedade de bancos – cresceu pelo segundo mês consecutivo em agosto. Segundo o Banco Central, a Dívida Bruta do Governo Geral alcançou R$ 7,771 trilhões no mês passado, o que representa 74,4% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 74,0% em julho.

Do outro lado da equação, há a projeção do Produto Interno Bruto (PIB), que é tudo que o País produz durante um determinado período de tempo. O BCB elevou, novamente, sua estimativa para a expansão do PIB de 2023, de 2,0% para 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação. Em junho, a autarquia já havia revisado a projeção de crescimento de 1,2% para 2,0%. Então, se os gastos aumentaram, a receita também. A ver.

4. Mas e as dívidas privadas?

Se a coisa não está muito clara do lado das finanças públicas, pode ser que fiquem melhores do lado do endividado pessoa física. Isso porque o endividamento das famílias brasileiras fechou o mês de julho em 47,8%, com queda expressiva em relação a junho, que foi de 48,2%. O resultado positivo é uma das decorrências do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola, que começou a operar em julho. Na fase do programa iniciada no dia 17 daquele mês, e ainda em vigor, é possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional.

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Ao mesmo tempo, os juros médios dos bancos seguem em queda, e atingiram 43,5% ao ano em agosto. Foi o terceiro mês consecutivo de queda, com uma redução de 0,3% entre julho e agosto. Em 12 meses, entretanto, a alta nos juros médios é de três pontos percentuais, segundo o Banco Central.

5. Novo índice da B3 lançado em setembro

Junto do Nubank, a B3 iniciou, na última sexta-feira, 29/09, as negociações do seu mais novo índice: o Ibovespa Smart Dividendos, o primeiro do Brasil a acompanhar dividendos e, ao mesmo tempo, o primeiro índice derivado do Ibovespa. A sua carteira incluirá empresas listadas no Ibov tradicional que se destacam por pagar dividendos aos acionistas e será revisada e recomposta quadrimestralmente.

Durante o anúncio do índice, na tarde de quinta, 28/09, o Nubank também lançou seus dois novos ETFs (Exchange-traded fund, em inglês, ou fundo de índice). A novidade é que, assim como o índice, eles acompanharão o pagamento de dividendos. É o primeiro fundo do Brasil a distribuir proventos aos cotistas, e se se chamará Nu Renda Ibov Smart Dividendos. Junto dele, vem o o Nu Ibov Smart Dividendos, sob o ticker NSDV11. O nome é parecido e o fundo também, mas a diferença é que os dividendos serão reinvestidos automaticamente no próprio ETF. O NSDV11 está igualmente disponível para qualquer cliente investidor, seja pessoa física ou institucional.

6. O que é, o que é?

E em meio à loucura que é viver em uma economia em transformação, é preciso parar para entender alguns pontos antes de seguir caminhando e tomando decisões. E, aqui no Bora, nós adoramos fazer isso! Afinal, a notícia não vale muita coisa se as suas personagens não são entendidas. Por isso, caro leitor, este bloco é nossa declaração de amor a você!

Nesta última semana de setembro, explicamos uma das decisões mais críticas da política fiscal tomadas nos últimos anos, e que tem potencial para definir se o Brasil vai pra frente ou não. Estamos falando da reforma do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que é uma das apostas do ministério da Fazenda para atingir as metas fiscais. Segundo as estimativas do próprio órgão, a nova reforma deve dar mais R$ 54,7 bilhões ao governo – o que é uma ajuda enorme na hora de atingir os resultados previstos no Arcabouço Fiscal.

Em poucas palavras, a mudança vai mudar a presidência do comitê, que tem um papel decisivo no julgamento das disputas judiciais entre a Receita Federal, responsável por recolher os impostos, e a população, que é quem paga. Acontece que, no governo passado, o funcionamento da gestão mudou, e acarretou em perdas importantes de arrecadação. Agora, as coisas devem voltar ao normal e ajudar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a cumprir os objetivos estabelecidos por ele mesmo.

7. Organizando as finanças

O setembro amarelo acabou, mas nós sabemos que os cuidados com a saúde mental devem ser preocupações do ano inteiro. E, segundo a Associação Americana de Psicologia, o dinheiro e a economia são os principais fatores de estresse para a população, de modo geral. Por isso, nesta matéria, nós te explicamos como melhorar sua relação com o dinheiro para ter um bolso mais feliz e, principalmente, mais paz de espírito.

Mas não é só! Se você já se viu na situação de trabalhar para pagar contas e não sobrar nada para si, temos boas notícias: preparamos um manual de como fazer seu fazer seu salário render mais. E, uma vez que esteja sobrando uma grana, é hora de investir – no mercado financeiro e, é claro, em si.

Uma das opções para fazer isso é aprender um idioma novo e, por que não? Conhecer os nativos desta língua! Aqui, nós te explicamos como organizar as contas para fazer um intercâmbio, além de estratégias para comprar dólar para a viagem.

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.