Notícias

7 frases e fatos que resumem a 2ª semana de maio

Numa semana onde os bancos centrais permaneceram nos holofotes, outras faces da política monetária ganham destaque

Fachada Banco Central do Brasil
Logo do Banco Central: na semana passada, o colegiado manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião consecutiva. Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Nenhuma instituição humana consegue combinar coisas sérias com memes tão bem quanto o mercado financeiro. Veja essa semana, por exemplo: no começo dela, a ata do Copom fez o mercado se dividir. Depois, o número dois do ministério da economia, Gabriel Galípolo, foi indicado a uma vaga no Bacen. E mensagens no Twitter passaram a abordar um lado da política monetária que ninguém havia notado: a aparência do executivo.

A rede social, inclusive, está passando por mudanças. Seu dono, Elon Musk, se afastou do cargo de CEO e deu lugar a Linda Yaccarino, uma renomada executiva do setor de mídia dos EUA. A troca veio na esteira das críticas que Musk vem sofrendo desde de que comprou a plataforma – em razão da sua gestão e dos rumos que a rede tem tomado. 

Aqui no Brasil, outra empresa também virou notícia ao anunciar mudanças. A Light entrou, oficialmente, com um pedido de recuperação judicial. A varejista Marisa também está em apuros, e a gente do Bora aproveitou a tendência para te explicar o que a falência de uma empresa tem a ver com o seu rico dinheirinho.

E para você que ainda não acertou as contas com o Leão, o Bora Investir tem algumas dicas para fazer isso. Mas é bom correr, hein? O prazo já está acabando. Tanto é que os primeiros lotes de restituição já saíram.

Que semaninha, hein? Bora relembrar o que fez preço!

1. Inflação lá e cá

Semana passada, o Bacen e o Fed pediram truco contra a inflação. Os dois bancos centrais reafirmaram suas táticas de combate ao aumento dos preços baseadas na elevação e na manutenção de juros altos. E aí, nesta semana, os dois países foram surpreendidos com dados de inflação mais baixos que o estimado por agentes do mercado.

Lá nos EUA, dois indicadores chamaram a atenção: o primeiro foi o PPI, que é o índice de preços ao produtor, numa tradução livre da sigla. O resultado veio um pouco abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço de 0,03% do PPI no mês passado.

Também teve o CPI, o Consumer Price Index  – que é algo como o IPCA deles. O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos esteve em linha com as projeções dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. 

O avanço foi de 0,4% entre março e abril e de 4,9% no acumulado de 12 meses – o menor patamar desde abril de 2021, quando estava em 4,2%. Anualmente, agentes do mercado esperavam uma inflação de 5% – e esse 0,1% de desconto foi o suficiente para alimentar as expectativas de que o Fed vai avaliar o corte na taxa de juros. 

Por aqui, o IPCA medido pelo IBGE avançou 0,61% entre março e abril. A notícia foi uma surpresa positiva para o mercado, que previa um crescimento de 0,65%. A taxa acumulada no ano ficou em 2,72%, e o resultado acumulado em 12 meses foi de 4,18% até abril.

2. “Ele pode fazer o que quiser com o Banco Central que eu vou apoiar”

Usuário do Twitter @Psoninho sobre Gabriel Galípolo, indicado à diretoria de Política Monetária do Bacen

O BC também divulgou a ata da sua reunião da semana passada. E não teve muita novidade, não. O destaque foi para o mesmo trecho da reunião anterior, repetido, e que causou bastante incômodo. Novamente, o colegiado afirmou que, se a inflação não demonstrar que está, de fato, controlada, não adianta chorar: o Bacen vai voltar a aumentar os juros.  

Desta vez, porém, o Banco Central mordeu e soprou – tanto na minuta desta semana quanto no comunicado da semana passada, a autarquia disse que o cenário de retomada de alta de juros é menos provável.

Mas a notícia do Bacen que fez preço mesmo foi outra. E ela foi capaz, inclusive, de romper os limites da Faria Lima. Na segunda-feira, 08/05, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou dois novos nomes para as vagas abertas no Banco Central

Ailton de Aquino Santos foi indicado para a Diretoria de Fiscalização do Bacen e Gabriel Galípolo, atual braço direito de Haddad na Fazenda, deve assumir a Diretoria de Política Monetária. Parte do mercado torceu o nariz, sob o argumento de que Galípolo não tem experiência como trader – que é algo considerado importante para a posição que ele iria ocupar. Já os faria limers mais otimistas acharam a indicação positiva, visto que o economista tem boa circulação no Congresso Nacional e no próprio mercado.

Mas quem gostou mesmo da indicação foram os tuiteiros. Na rede, considerações sobre a aparência física do candidato ao Bacen encheram a TL – e perguntas como “Gabriel Galípolo está solteiro?” estiveram entre as mais frequentes do Google.

3. Empresas em apuros – e eu com isso?

Na quinta-feira, 11/05, foi a vez da Light entrar com pedido de recuperação judicial. A medida foi uma saída às obrigações que, eventualmente, poderão ser renegociadas por meio da RJ. O valor? R$ 11 bilhões. Aproximadamente R$ 7 bilhões estão com detentores de debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos de dívida no exterior.

Light pede recuperação judicial após tentativa frustrada de negociar com credores

Aqui no Bora Investir, temos uma matéria sobre o que são recuperações judiciais e como elas podem afetar o seu bolso. Spoiler: mesmo quem não é acionista da companhia vai ser impactado. Mas para quem investe também importa saber a Light deve deixar o Ibovespa, já que as regras do índice proíbem empresas em RJ.

E se a Light está vivendo um apagar das luzes, mais uma varejista está devendo até as calças. Segundo o jornal Valor Econômico, a rede de vestuário Marisa recebeu dois pedidos de falência vindos de dois dos credores da empresa. A reação do mercado você já deve ter imaginado: as ações despencaram, e a Marisa afirmou que está se preparando para se defender e pagar as dívidas acumuladas de R$ 882,7 mil.

E se der ruim? O que pode acontecer? Nesta matéria, a gente te explica, direitinho, o que uma falência pode representar para o mercado, para a economia e, principalmente, para o seu bolso. 

4. Novela no Twitter

Elon Musk divide opiniões. O segundo homem mais rico do mundo, no ranking da Forbes, é admirado por alguns e odiado por outros. Entre seus haters, estão muitos dos seus clientes. 

O ricaço é questionado pelas escolhas que fez após comprar a rede social e sobre o tratamento que tem dispensado a jornalistas e governos que questionam as políticas da plataforma. Mas, no fim do ano passado, o empresário engraçadinho recebeu uma resposta que não esperava.

Ele tuitou uma enquete em seu perfil profissional em que perguntava aos usuários: “devo me retirar do cargo de diretor executivo do Twitter?”. A resposta, para surpresa de muitos, foi sim! E aí, ele se comprometeu a encontrar alguém para substituí-lo.

Dito e feito: nesta quinta-feira, Musk anunciou a nova CEO da empresa, Linda Yaccarino. A executiva tem ampla experiência no setor de mídia e já atuou em empresas como o YouTube e o falecido SnapChat. Sua última experiência, em 2011, foi na NBC Universal. Entre outras coisas, ela cuidou da área de publicidade da empresa, responsável por eventos como o Super Bowl e as Olimpíadas.

5. Haddad no G-7 financeiro 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convidado para a reunião de um grupo do qual o Brasil não faz parte: o G7 financeiro. O clube de países, formado por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Itália, França, Canadá e Japão, decidiu botar o Brasil no meio porque parece ser interessante para eles incluir os colegas em desenvolvimento para discutir economia.

Zona do Euro, FMI, OMC, OCDE: quem é quem na economia mundial

Crise Econômica na Argentina: 5 fatos para entendê-la

Haddad esteve em algumas reuniões e falou em certos painéis que dizem respeito ao Brasil. O encontro principal foi com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. 

Lá, Haddad decidiu defender nossos primos latinos – que ficaram de fora da festa. Aos jornalistas que cobriam o evento, o ministro afirmou que o encontro com a diretora foi pautado por uma defesa da Argentina. Segundo Haddad, nuestros hermanos precisam de ajuda do FMI para superar a crise profunda em que se encontram e que pode, para ele, afetar o crescimento do Brasil. 

6. Imposto de renda 

Quem queria receber a restituição do Imposto de Renda ainda no primeiro lote teve sua última chance nesta semana. A última quarta-feira, 10/05, foi o prazo limite para entrega da declaração de quem queria receber parte da grana de volta ainda neste mês. Mas calma! Ainda dá tempo de declarar – você só vai ter que esperar mais pelo “cashback” da Receita. 

Esse primeiro lote será pago no dia 31 de maio, data limite para entrega do IR. E, se você ainda está em dúvidas sobre como prestar suas contas ao leão, aqui no Bora você vai aprender tudo – e mais um pouco – sobre a declaração.

Nesta semana, te ensinamos a declarar doações e gastos com educação no programa da Receita Federal. Mas, nesta página aqui, você tem acesso a vários outros tutoriais de como escapar do Leão. 

7. Conselhos do maior investidor de todos os tempos

Se você não sabe quem é Warren Buffett, vai saber agora. E se não fosse aprender conosco, não demoraria para ter contato com o maior investidor que já pisou na face da terra. Pode parecer exagero, mas Buffett é o investidor pessoa física que mais obteve retorno sobre seu patrimônio investido.

Além de muito rico, ele é filantropo e acionista majoritário do banco Berkshire Hathaway. Nos eventos anuais da instituição, na qual ele também é presidente do conselho e diretor executivo, já é praxe ouvir conselhos valiosos sobre investimentos, finanças pessoais e filosofia de vida.

Mas, o principal, não decepcionou. Buffett sempre assina a carta de desempenho da companhia. Nela, estão dados da performance da empresa e as lições tiradas do ano. Neste ano, a carta foi sucinta e um tanto seca. Mas, na reunião dos acionistas do banco, o clima foi outro

Para saber ainda mais sobre investimentos educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.